O horário de verão, no qual se adianta uma hora ao horário normal, fazendo com que anoiteça mais tarde, foi suspenso no Brasil em 2019.

A mudança horária acontecia no primeiro domingo de novembro, à meia-noite, e terminava no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, também à meia-noite. 

A sua suspensão foi recomendada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) porque o objetivo principal da sua adoção - que era a economia energética - reduziu ao longo dos anos, fazendo assim com que a medida deixasse de fazer sentido no País.

Isso quer dizer que se a sua aplicação voltar a ser justificada, o horário de verão pode regressar. 

Como funciona o horário de verão? 

No horário de verão, uma hora é adiantada à hora normal, o que faz com que anoiteça mais tarde.

Habitualmente, no dia em que acontece a mudança para o horário de verão, à meia-noite os relógios devem ser adiantados para uma hora da madrugada. É a noite em que se perde uma hora de sono.

O horário de verão é aplicado nos meses em que os dias são maiores, quando estamos na primavera e no verão. Dura cerca de 4 meses, ao fim dos quais a hora volta ao normal.

Por que o horário de verão foi suspenso? 

A adoção do horário de verão tem como finalidade principal economizar energia.

Para tanto, uma das ideias dessa medida é aproveitar ao máximo a luz natural, acendendo as luzes o mais tarde possível.

Apesar de os benefícios do horário de verão terem sido questionados desde o início da sua adoção no Brasil, a poupança energética realmente aconteceu. Houve anos em que a poupança obtida equivalia ao consumo mensal de cidades inteiras.

No entanto, ao longo dos anos, os hábitos dos brasileiros mudaram e, assim, o horário de verão no País deixou de fazer sentido.

Antes, o pico do consumo de energia acontecia ao fim do dia. Era quando as pessoas regressaram às casas e acendiam as luzes, os televisores e usavam o chuveiro elétrico e o micro-ondas para esquentar o jantar. Hoje, o pico é no horário mais quente do dia, em que os escritórios têm o ar condicionado ligado.

Além disso, o aparelho é mantido ligado em muitas residências durante toda a noite. Assim, o ar condicionado passou a ser o principal vilão da energia, quando antes era o chuveiro elétrico. 

Outra mudança que reforçou a inviabilidade de manter o horário de verão foi a proibição da fabricação e comercialização de lâmpadas incandescentes, as quais tiveram que ser substituídas por lâmpadas mais econômicas.

O que é horário de verão? 

O horário de verão é uma medida em que se adota a mudança da hora nos meses em que os dias são maiores e mais quentes, ou seja, na primavera e no verão.

Na data da mudança de hora para o horário de verão, os relógios são adiantados uma hora. A mudança acontece à noite e, assim, perdemos uma noite de sono no dia dessa mudança horária.

Durante a sua vigência do horário de verão, os dias anoitecem mais tarde.

O horário de verão é utilizado em vários países do mundo. O primeiro a utilizá-lo foi a Alemanha, em 1916, quando durante a Primeira Guerra Mundial adotou a medida com o fim de economizar carvão.

Nos EUA, por exemplo, o horário de verão é utilizado desde 1966, sem interrupções. No Brasil, o horário foi utilizado sem interrupções entre 1985 e 2019.

História do horário de verão no Brasil

O horário de verão foi adotado no Brasil, pela primeira vez, em 1931, no governo de Getúlio Vargas, mas somente de 1985 a 2019 foi utilizado todos os anos, ou seja, num período de 34 anos.

No início, a medida abrangia todo o território nacional entre os dias 3 de outubro e 31 de março.

Mais tarde, foi fixado o período de vigência do horário de verão, o qual abrangia  o terceiro domingo de outubro ao terceiro domingo de fevereiro. Mas, nos últimos anos, o horário de verão tinha início no primeiro domingo de novembro, mantendo-se o fim no terceiro domingo de fevereiro.

Quando, no entanto, o terceiro domingo de fevereiro fosse domingo de Carnaval, a mudança do horário deveria ser adiada para o domingo seguinte.

Os estados da região Norte e Nordeste deixaram de estar abrangidos pela medida, uma vez que nas regiões mais distantes da linha do Equador a mudança de luminosidade permitia que essa medida fosse eficaz.

Assim, o horário de verão era adotado nos seguintes estados brasileiros da região Centro-Oeste, Sul e Sudeste:  Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Inicialmente, apesar de controversa, a sua adoção realmente beneficiou a poupança energética, mas com a mudança nos hábitos dos brasileiros, a medida deixou de fazer sentido.

Dessa forma, o horário de verão deixou de ser adotado no Brasil em 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro assinou o Decreto nº 9.772, de 25 de abril de 2019.

Quem inventou o horário de verão? 

A ideia de aproveitar mais a luz do dia, da qual surgiu o horário de verão, foi de Benjamim Franklin (1706-1790), cientista e diplomata norte-americano conhecido por suas experiências com eletricidade.

De acordo com a história, a ideia lançada em 1784 não foi bem aceita, mas ao longo dos anos,  tentou ser adaptada e incentivada por outras pessoas. Foi o caso do insectologista George Hudson (1867-1946), e do construtor William Willett (1856-1915). 

Somente durante a Primeira Guerra Mundial, com o fim de economizar carvão, a medida foi adotada na Alemanha, o que aconteceu no dia 30 de abril de 1916.