O Carnaval, também chamado de Entrudo, é um período de festa e divertimento iniciado numa terça-feira, 47 dias antes da Páscoa.
Embora não se tenha certeza do significado da palavra carnaval, acredita-se que o termo vem do latim carnis levale, traduzido como “adeus à carne”.
Não se sabe verdadeiramente como surgiu a festa e, por isso, várias comemorações são tidas como precursoras dessa festividade.
Nesse texto, você vai descobrir 8 factos que provavelmente não conhecia sobre a origem e história do carnaval em Portugal e no mundo.
1. No carnaval mesopotâmico, o rei era humilhado e chicoteado
Segundo estudiosos, duas celebrações realizadas no ano novo e início da primavera, para comemorar a fecundidade da terra, têm aspetos semelhantes com o dia de Carnaval, pois em ambas é possível observar a troca de papéis na sociedade.
Durante as Saceias, um prisioneiro tinha a oportunidade de se vestir como rei e aproveitar os benefícios dessa posição. Ao chegar o final da festa, o cativo era executado.
Um outro ritual realizado era para demonstrar submissão ao deus mesopotâmico Marduk. A divindade era exaltada com a humilhação do rei vigente e, por isso, o monarca era chicoteado em frente à estátua do deus em seu templo.
2. Os rituais egípcios antigos pareciam uma concentração carnavalesca
Isís é uma divindade egípcia e festas pagãs, também chamadas de cultos cíclicos, eram realizadas em sua homenagem.
Essas festividades marcavam o início de um novo ciclo anual e representava um agradecimento pelos períodos de plantio e colheita. As cerimónias envolviam fartura de comida, bebida e libertinagem sexual.
Os rituais eram marcados por danças, fantasias e máscaras para que todos participassem da mesma forma. O festejo é comparado a uma concentração carnavalesca, onde os papéis sociais são invertidos.
3. Grandes banquetes marcavam o Carnaval romano
Três grandes festejos fazem parte da história romana: Bacanais, Lupercais e Saturnais.
As Bacanais eram cultos oferecidos a Baco, deus do vinho, bebida essa que simboliza a festividade. As Lupercais homenageavam o deus Fauno, em uma festa de tumulto e desordem. Já as Saturnais tinha como figura central o deus Saturno, protetor da agricultura.
Esses festejos ignoravam as normais sociais, eram marcados por grandes banquetes, muitas bebidas e rituais de sacrifício.
4. A figura carnavalesca do Rei Momo era um deus que foi expulso do Olimpo
Na mitologia grega, Dionísio é o deus do vinho e da vegetação. As festas dionisíacas eram marcadas por sacrifícios, desfiles e encenação de teatros. Os participantes passavam dias de comemoração, entregando-se ao vinho e a prazeres carnais.
Na Grécia Antiga, há outra figura que ainda hoje faz parte das comemorações carnavalescas, trata-se do Rei Momo. Essa figura conhecida por seu sarcasmo, foi expulsa do Olimpo por sua irreverência e por ridicularizar as criações de outros deuses.
Os festejos gregos incorporaram essa figura nas comemorações, escolhendo um homem gordo que simbolizasse a fartura durante as festividades.
5. A igreja incluiu o Carnaval no calendário eclesiástico porque não conseguiu proibi-lo
Com a chegada do Cristianismo ao Ocidente, as autoridades da Igreja condenaram o modo como as pessoas se divertiam nas festas pagãs. Entretanto, não se conseguiu afastar o povo desses eventos populares.
O Carnaval foi então incluído no calendário eclesiástico, incorporando símbolos da religião. A Igreja tentou cristianizar a festa, mas não obteve sucesso e o Carnaval continuou a se popularizar pela sua tradição.
Quando a Quaresma foi instituída no século VIII, o Carnaval passou a acontecer antes do período religioso, assim os cristãos não cometeriam excessos.
6. O Carnaval europeu incluía jogos e apresentações teatrais
O Carnaval se espalhou pela área mediterrânica do continente europeu, ganhando força principalmente em Roma, Itália e França. Os festejos eram feitos com uso de máscaras e os participantes satirizavam os rituais religiosos, os costumes e personalidades da época.
A festa popular era marcada pela inversão dos papéis sociais. Multidões nas ruas, homens fantasiados de mulheres e escravos temporariamente livres reuniam-se para festejar. Faziam parte dos rituais carnavalescos jogos, competições e apresentações teatrais.
A nobreza, no entanto, comemorava o carnaval com bailes realizados, por exemplo, nos salões de Veneza com fatos e máscaras exuberantes.
7. Em 1252 foi realizado o primeiro Carnaval em Portugal
Antigamente chamada de Entrudo, a festividade tem seus primeiros registos datados de 1252, em documento do reinado de D. Afonso III para celebrações do calendário religioso.
O ciclo festivo do Carnaval em Portugal sempre foi marcado pela espontaneidade popular. Os participantes saíam pelas ruas a jogar baldes de água, ovos e laranjas entre si. Cortejos com carruagens decoradas, personagens mascarados e bailes são algumas das maneiras que as pessoas utilizavam para se divertir.
Sítios como Torres Vedras, Lamego, Alentejo e Ovar são conhecidos pelas suas festas carnavalescas. Figuras como "Caretos" e "Xé-Xé" são integrantes típicos das comemorações.
8. O Carnaval brasileiro data de 1723
O Carnaval no Brasil tem suas origens em terras portuguesas. Com a colonização, os portugueses levaram a festividade para o país, e hoje ela faz parte da cultura nacional.
Foliões nas ruas brincavam entre si atirando objetos desde 1723. Bailes de máscaras começaram a surgir a partir de 1840 e a organização de clubes carnavalescos marcaram a história do Carnaval brasileiro.
Hoje, a festa é conhecida mundialmente e comemorada nas regiões do país de diferentes formas. Samba, frevo, desfiles com carros alegóricos e pessoas fantasiadas fazem parte da manifestação cultural.
Para saber mais sobre a data: Carnaval