Existem vários tipos de calendários. Alguns deles são os calendários: chinês, judaico, maia, gregoriano, juliano, islâmico, etíope, juche, asteca. 

O calendário que usamos no Brasil, e na maior parte do mundo, é o calendário gregoriano. 

O calendário chinês é o mais antigo do mundo. Ele é utilizado apenas na comemoração de datas importantes, como para escolher datas de casamentos ou para celebrar eventos da cultura chinesa - o Ano-novo Chinês, por exemplo.

1. Calendário chinês

O mais antigo calendário existente, segundo os registros históricos, é o calendário chinês, criado pelo imperador Huang Di. Seu início é datado entre 2697 a.C. e 2597 a.C.

Trata-se de um calendário lunissolar, orientado pelos movimentos da Lua e do Sol. O ano no calendário chinês possui 354 dias, mas para permanecer em acordo com o ciclo lunar, a cada três anos o calendário recebe um mês a mais.

A contagem do tempo pelos chineses é dividida em ciclos, onde cada um tem a duração de 12 anos e recebe a figura de um animal do zodíaco chinês para representá-lo. Os anos de um ciclo seguem os seguintes signos: rato, boi, tigre, coelho, dragão, cobra, cavalo, cabra, macaco, galo, cachorro e porco. 

O ano-novo chinês não ocorre em uma data fixa, podendo ocorrer entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro, no calendário gregoriano, ao surgimento da primeira lua nova.

Atualmente, o calendário oficialmente adotado pelos chineses é o calendário gregoriano, enquanto que o calendário chinês é utilizado para marcar as comemorações de sua cultura.

2. Calendário judaico

O calendário judaico é utilizado por mais de 3 mil anos pelo povo judeu. A contagem do tempo é baseada nas suas crenças, seguindo a Torá. Por isso, os judeus têm como base a criação do universo e surgimento de Adão para descrever a passagem dos anos.

Trata-se de um calendário lunissolar, cujos meses são dados pelo intervalo entre duas lunações e a contagem dos anos é feita de acordo com os ciclos solares. Para manter a passagem dos anos de acordo com o movimento da Terra ao redor do Sol, os anos podem ter 12 ou 13 meses, divididos entre 29 e 30 dias.

Os meses do calendário judaico são: Nissan, Lyar, Sivan, Tamuz, Av, Elul, Tishrei, Chesvan, Kislev, Tevet, Shevat, Adar e Adar 2. O primeiro mês, Nissan, marca a saída do povo hebreu do Egito, quando comemora-se a Páscoa Judaica, conforme ordenança do seu Deus, após 2448 anos da criação de Adão.

Nos anos bissextos são adicionados ao calendário o mês Adar 2, que é incluído no calendário sete vezes, que correspondem ao 3º, 6º, 8º, 11º, 14º, 17º e 19º anos em um período de 19 anos.

O calendário judaico é utilizado para fins religiosos. O shabat, sábado para o povo judeu, é o dia da semana reservado ao descanso, cujo início ocorre na noite de sexta-feira e termina no fim da tarde de sábado.

3. Calendário maia

O calendário maia é um sistema de contagem do tempo criado pela comunidade maia pré-colombiana por volta do século VI a.C. utilizando conhecimentos astronômicos e matemáticos.

Muito utilizado na América Central, esse calendário combina dois calendários cíclicos: o Tzolkin (calendário divino) e o Haab (calendário civil).

O Haab é um calendário solar que conta com 365 dias distribuídos em 18 meses de 20 dias, o que totaliza 360 dias. Há 5 dias que são considerados maus, motivo pelo qual os maias os excluíam do seu calendário, apesar de saberem que eles completam a duração do ciclo solar.

O Tzolkin conta 260 dias, em referência ao tempo da gestação humana. As suas semanas duram 13 e 20 dias e são intercaladas. Ele é utilizado em datas dos eventos religiosos, bem como na marcação de acontecimentos importantes, como um casamento.

As datas do calendário maia são formadas pela posição observada em duas rodas que representam os calendários Tzolkin e Haab, girando em diferentes direções. Ao todo, são possíveis 18 980 combinações de datas em um ciclo de 52 anos.

Além desses dois calendários, havia também o "Calendário de Conta Longa", utilizado apenas para determinar os ciclos universais, contabilizados em 2.880.000 dias.

Para a civilização maia, ao final de um ciclo o universo seria destruído e um novo criado. Por isso, em 2012, especulou-se que seria o fim do mundo, já que nesse ano ocorreu o final de um grande ciclo.

4. Calendário gregoriano

O calendário gregoriano foi promulgado pelo papa Gregório XIII (1572-1585) em 24 de fevereiro de 1582 através da bula Inter Gravissimas.  

Trata-se de um calendário solar, baseado na órbita da Terra ao redor do Sol e, com os estudos realizados, contabilizou-se que um ano solar tem 365 dias. Como acredita-se que Jesus nasceu em dezembro, estabeleceu-se que o ano iniciaria após seu nascimento, em janeiro, e terminaria em dezembro.

Esse calendário foi instituído para substituir o calendário juliano, por causa de alguns erros apresentados na contagem do tempo. Com o calendário gregoriano, as estações do ano passaram a acontecer aproximadamente nas mesmas datas.  

Assim como o calendário juliano, o calendário gregoriano também tem o ano bissexto. Entretanto, uma nova fórmula foi criada para estabelecer quando ocorreria, levando em consideração que o ano seja múltiplo de 4 e 400, mas não múltiplo de 100. 

Uma curiosidade é que para que o calendário entrasse em vigor, o primeiro dia após 4 de outubro de 1582 passou a ser 15 de outubro, fazendo com que 10 dias desaparecessem. Pelas mudanças realizadas, o calendário gregoriano está 13 dias à frente do calendário juliano.

Atualmente, a maioria dos países, inclusive o Brasil, segue esse calendário. Além disso, a ISO 8601 utiliza-o como padrão internacional para estabelecer dias e horas. 

5. Calendário juliano

O calendário juliano foi instituído por Júlio César (100 a.C. – 44 a.C.) e entrou em vigor em 46 a.C. 

Ele é um calendário solar, que substituiu o calendário romano vigente naquela época, cujo ano era composto por 355 dias divididos em 12 meses, entretanto, foi calculado que um ano deveria ter 365 dias e 6 horas. Para realizar a transição de um calendário para outro em 46 a.C., o ano teve 455 dias distribuídos em 15 meses.

O ano civil, cujo início se dava no mês de março, foi dividido em 12 meses, que alternavam em 30 e 31 dias. Para compensar o tempo que se perdia pelas 6 horas não contabilizadas, a cada quatro anos era somado um dia a mais ao calendário, caracterizando-se como um ano bissexto, onde o mês de fevereiro, último mês, passava a ter 30 dias, ao invés de 29, como nos outros anos.

Uma curiosidade sobre esse calendário é que os meses de julho e agosto, ambos com 31 dias, foram criados para substituir os meses Quintilis e Sextilis, em homenagem a Júlio César e César Augusto.

6. Calendário islâmico

O calendário islâmico, ou calendário muçulmano, tem sua criação atribuída a Hazrat Umar bin Al Khattab, segundo califa do Islã, em 638 d.C. Trata-se de um calendário lunar, cuja ordem está de acordo com as passagens do Alcorão.

O início da contagem do tempo se dá pela saída do profeta Maomé da cidade de Meca em direção à Medina, evento chamado de Hégira, ocorrido em 16 de julho de 622 d.C. Por isso, o calendário também é chamado de hegírico. Esse acontecimento também é utilizado para marcar o ano novo islâmico, em uma festividade chamada de Al-Hijra, que ocorre no primeiro dia do primeiro mês.

Um ano no calendário islâmico dura entre 354 e 355 dias. Os meses são divididos entre 29 e 30 dias, de acordo com as fases da Lua. O surgimento da primeira lua nova determina o início de um mês. A ordem dos meses no calendário segue: Muharram, Safar, Rabi al-Awwal, Rabi al-Thani, Jumada al-Awwal, Jumada al-Thani, Rajab, Sha'aban, Ramadan, Shawwal, Dhu al-Qidah, Dhu al-Hija.

São adicionados ao calendário, no último mês, um dia a mais onze vezes, que correspondem ao 1º, 5º, 7º, 10º, 13º, 16º, 18º, 21º, 24º, 26º e 29º anos em um período de 30 anos.

O sexto dia da semana, sexta-feira no calendário gregoriano, é considerado sagrado, reservado à oração para os muçulmanos. Sendo assim, os dias úteis vão de domingo à quinta-feira. 

Por ser um calendário lunar, há uma diferença de aproximadamente 11 dias em relação ao calendário gregoriano. Por isso, muitos países utilizam o calendário gregoriano para as atividades civis e o calendário islâmico para comemorações ligadas à religião.

7. Calendário etíope

O calendário etíope ou calendário eritreu é o principal calendário utilizado na Etiópia, cuja organização é próxima do calendário juliano devido à semelhança entre os cálculos astronômicos utilizados.

Por ser um calendário solar, sua contagem do tempo leva em consideração a duração do movimento da Terra em torno do Sol, que simboliza um ano solar.

Ao todo, o ano tem 13 meses, sendo 12 meses com 30 dias e o último mês com apenas 5 dias. A cada quatro anos ocorre um ano bissexto e o 13º mês recebe um dia a mais.

Uma curiosidade sobre esse calendário é que a data do nascimento de Jesus difere da qual conhecemos. Para os etíopes, Jesus nasceu 7 anos antes do que o calculado no calendário gregoriano. 

Os cálculos alternativos do calendário etíope também são aplicados no início de um ano. Para eles, o ano inicia quando no calendário gregoriano estamos em 11 de setembro, ou 12 de setembro nos anos bissextos.

Essas diferenças de cálculo fazem com que o calendário esteja entre 7 e 8 anos atrasado em relação ao gregoriano.

8. Calendário juche

O calendário juche é utilizado na Coreia do Norte. Esse nome provém da ideologia política juche, que significa autossuficiência em coreano, utilizada no país.

Trata-se de um calendário solar, cuja divisão segue a mesma cronologia do calendário gregoriano. Entretanto, ao invés de utilizar o nascimento de Jesus para marcar a contagem dos anos, como faz o calendário gregoriano, o ano 1 do calendário é iniciado em 1912, ano do nascimento do líder Kim Il-sung, fundador da dinastia.

Embora comemorações conhecidas, como ano-novo e dia do trabalho, sejam celebradas na Coreia do Norte, as que recebem maior destaque são as que estão ligadas às suas ideologias.

O feriado mais importante do calendário é o aniversário do líder fundador Kim II-Sung, em 15 de abril, chamado de “Dia do Sol”.

Outras datas comemorativas importantes são: Dia de libertação da Coreia (15 de agosto), Dia da Fundação da República (9 de setembro), Fundação do Partido dos Trabalhadores da Coreia (10 de outubro) e Dia da Constituição (27 de dezembro).

9. Calendário asteca

O calendário asteca era o sistema de contagem do tempo usado pelos astecas, civilização nativa da América Central que viveu onde atualmente é o México.

Ele combinava dois calendários: Xiuhpohualli, o calendário civil, e Tonalpohualli, o calendário sagrado. Juntos, esses calendários formavam ciclos de 52 anos.

O calendário civil era usado para fins agrícolas e tinha 365 dias, distribuídos em 18 meses com 20 dias, o que totaliza 360 dias. Os 5 dias restantes eram considerados dias maus e, por esse motivo, as pessoas deixavam as suas tarefas e faziam jejum.

O calendário sagrado era usado para fazer previsões e tinha 260 dias. Ele consistia em duas rodas cujos movimentos se combinavam. Uma roda era numerada de 1 a 13 dias, enquanto a outra era numerada de 1 a 20 dias, todos eles com nomes e símbolos próprios.

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